Apresentação
Esta palestra dialogada tem como objetivo refletir sobre o conceito de colaboração e como ele tem sido percebido e vivido por artistas, gestores e produtores de dança na atualidade em articulação com outros campos de saber, sendo a economia da cultura e a economia criativa eixos balizadores desta discussão. Visa também estruturar noções e estratégias de sustentabilidade do fazer artístico do campo em questão, uma vez que o termo “colaborativo” tem se apresentado como uma alternativa de re(existência) e sustentação econômica na dança e na arte como um todo, colocando em questão os papéis do artista no atual contexto da cultura. A colaboração é um modo operativo ancestral que nos últimos anos tem ganho cada vez mais relevo no campo de estudos e de práticas artístico-culturais como alternativa de sustentabilidade que amplia modos de existência da arte e de suas relações com o mercado. A reestruturação do colaborativismo contemporâneo tem se apresentado como uma forma inovadora e horizontal de empreendedorismo que fomenta o sistema produtivo como um todo e suas relações com os diversos públicos, propondo metodologias de consumo cultural de co-responsabilidade. Sendo assim, acessar como a cultura colaborativa tem se desenhado na área da dança e quais as estratégias que os artistas – gestores do setor têm utilizado para subsisitir de forma independente[1]com protagonismo apresenta-se como uma importante ferramenta de análise e prática para o campo, desmistificando o colaborativo como o “fazer de graça” mas como o “fazer junto”, o que faz com que o sistema se potencialize em rede.
Currículo
Artista da dança, produtora e gestora cultural. Estudou no Royal Conservatory of Antwerp, Bélgica e é licenciada pela Escola Superior de Dança de Lisboa. É mestre em Cultura Contemporânea e Novas Tecnologias pela Universidade Nova de Lisboa, sendo seu objeto de pesquisa os estados de presença do corpo na dança contemporânea. Seus trabalhos autorais tratam de tensões políticas entre corpo, espaço, identidades e noção de comunidade, sendo apresentados no Brasil e na Europa. Integra o coletivo de pesquisa Corposições – Profanações em Afeto, Performatividade e Território que investiga interfaces entre dança e clínica.